ALEM-TEJO

Como cidadão deste País e como conhecedor de outros Países da Europa não posso deixar de manifestar a minha preocupação crescente.

Olho, procuro e vejo cada vez mais problemas. que resultam de alguns factores que definitivamente têm de ser combatidos. Ou por alguém lá dentro, ou por alguém - todos nós - cá fora.

Poderemos ir abordando vários factores e porque não, esgrimir opiniões.

Debater.

1 - Para que serve ou servem os Governantes ?...

Para muitas coisas e começarei por uma parte conceptual.

Servem para Governar a Coisa pública que somos todos nós.

Trata-se pois de uma questão que obriga a um estado mental predefinido, intrinseco , que deve integrar uma forma própria de Ser e de Estar.

Tem um governante a obrigação de ter dentro de si um conceito de missão altruista , fortemente inculcado na sua estrutura pensante e afectiva, e suportada por uma sólida capacidade cultural, técnica e intelectual.

Saber que está e foi lá colocado para estar a trabalhar para nós e não contra nós.

Saber que foi lá colocado.

Saber que está ao servilço de todos nós. Saber isto bem.

Ter noção de que tem de Servir.

Servir quem o elegeu e não quem o quer comandar.

São estes alguns dos conceitos que um governante deve ter antes mesmo de o ser. Direi que é quase uma vocação que tem de existir dentro dessa pessoa.

E pergunto-me:

A grande maioria dos nossos Governantes terá estes conceitos por inerencia de personalidade e  mentalidade ?

Pois bem, avaliar pessoas é dificil , porque não estamos dentro delas.

Mas avaliar factos, atitudes, resultados até, não sendo fácil nem de todo objectivo, é ou constitui componentes que permitem organizar o nosso veredicto sobre os Governantes.

Olhemos os nossos Ultimos governantes enquanto Primeiros Ministros. Olhemos a Geração pós 25 de Abril, isto é, após Soares,Sá Carneiro, Freitas, Cunhal,...

Vejamos Cavaco, Guterrez , Barroso, Santana, Sócrates .

A nossa avaliação sobre cada uma destas personagens depende òbviamente do nosso posicionamento, da perspectiva que criamos para leitura e do próprio conhecimento das pessoas e dos factos.

Teriamos de estabelecer variáveis , muitas variáveis e mesmo assim seriamos provàvelmente injustos .

Nunca conheceremos os meandros, as dificuldades, as competências ou incompetências dos próprios e respectivos colaboradores destas personagens.

Mas conhecemos o que sentimos nas nossas vidas e nas nossas comunidades, sejam familiares, laborais, regionais, globais. Conhecemos e sentimos enquanto Povo as consequências das atitudes ou determinações destas personagens.

E assim sendo teremos os elementos mais importantes que nos permitem fazer avaliação do trabalho praticado. E afirmar com algum grau de incerteza a noção geral de sentido de Estado destes Homens, o que significa a sua capacidade de servir, o que permite avaliar se são homens que servem ou não serviram.

Poderei expressar a minha opinião. Gostaria de ver a de outros.

Não me alongarei neste 1º tema.

E direi:

Sobre Cavaco: um Homem com espírito de Missão, que tentou servir, talvez um pouco economicista mas com alguma componente social. Teve uma determinada Politica e traçou com firmeza alguns caminhos.

Guterrez : Parecia um Humanista, um homem preocupado com as pessoas . E o povo pareceu gostar deste estilo "brando" e deu-lhe 6 anos de estado de graça. Depois apareceu como um Homem sem controlo sob a situação. Aparentemente dedicado ao serviço, terá sido sufocado pelos seus colaboradores que deixaram uma imagem de total ruptura com a noção de servir um Povo

A partir dai, começa a ser mais difícil encontrar os valores que eu pensava que deveriam existir nos Homens de Estado: a capacidade de servir.

 A Classe politica foi-se deteriorando

E veio Barroso cuja atitude por mais que se explique, não se consegue assimilar. E quando tantos milhões não conseguem perceber, é porque não há nada para perceber nas explicações que tentou entregar "àquela fuga"

Barroso contrariou todos os princípios da essência do serviço Publico e em nome duma pretensa missão cujos resultados não parecem servir-nos, gerou uma situação que o colocou ao abrigo de criticas que deveriam e um dia se farão retumbantemente .

Em meu entender, atraiçoou o cargo para que fora eleito em nome de interesses que os Portugueses nem sequer parecem muito interessados em escalpelizar.

Depois foi a Saga Santana.

"Um mártir", um Ingénuo, um Lírico ou simplesmente um Homem sem demasiadas condições para nos mostrar esse espírito de Missão ao Serviço de quem o elegeu e mais "entretido" com "esquemas internos" quase estéreis, sem sentido de serviço ?

Hoje preocupa-me Sócrates. Está no momento, é actual, e se é difícil avaliar quem já algo fez ou não fez, mais difícil é expressar quem todos os dias diz fazer, ou não diz simplesmente, ou manobra o que diz, ou o que faz ou não faz.

Parece servir grandes interesses mas não parece servir quem o elegeu. Mas como isto é um pais de clubite , os socialistas vão aproveitando e calando, outros vão criticando, mas parece que quem mais o elogia é o tal sector integrado no sistema.

A Tal capacidade de missão e serviço parece escondida detrás de estratégias e tácticas tão "convenientes" aos Políticos . Os Ministros dele falam quase todos a mesma linguagem e mesmo falando e falando que falam pouco e fazem muito, parecem não querer ouvir quem sofre - e são milhões - e não parece muito disponível para alterar um panorama que no entender de muitos vai acabar mal e que no entender dele vai devolver Portugal a linha da frente. Só que cada dia que passa parece que a linha da frente se afasta mais. E por isso me questiono:

Estará ao nosso serviço ou de Bruxelas ?... Que de todo não me parecem nada idênticos, por mais que me esforce.

Ás vezes as coisas são simples e parecem complexas porque se pretende que não sejam simples.

E basta que haja um espírito de Serviço para que tudo mude. Mas quando digo espírito , terei de dizer verdadeiramente essencial.  Por enquanto não sou capaz de definir este Primeiro Ministro, mas...

 Está em estado de Graça ainda ou diz-se que está ?....

Este é o conceito que gostaria de esclarecer: ser mais do que parecer.